segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Ontem..




Quando cheguei ao pé de ti já estavas deitado na nossa cama, não quis acordar-te, ou na verdade quis, mas não de forma que te parecesse demasiado óbvia. Fui entrando de mansinho, mas mexendo os nossos lençóis, roubando-tos..
Sabia que irias acordar. Abraçaste-me..
- Anda amor, descansa em mim..
Eu não queria bem descansar...eu queria mesmo era cansar-me em ti...mas não to disse..mostrei-to.
Com uma mão na tua cara, a outra a encaminhar-se para onde mais desejava..o meu/teu pau.
Comecei a brincar com ele, e tu contorcias-te de olhos fechados e a sorrir, como quem não quer mostrar que está acordado.. mas mesmo que não te mexesses, que não sorrisses, o teu pau apontou na minha direcção, preparado para levar uma sova de paixão, daquelas que tanto gostamos.
A tua respiração ficou ofegante, o teu coração..sentia-o a mil..
Aproximei-me mais de ti , colei-me ao teu corpo..despi-me...virei-me de costas roçando-me em ti..fizemos uma concha perfeita.
- Ai T. que vontade de ti!!!
- Amas-me?
- Amo-te tanto!!
Não tive hipótese de falar mais.
Penetraste-me loucamente, fazendo-me mais que gemer, gritar! Mordia-me, pedia-te por mais..sempre por mais..
Enquanto me penetravas tocavas-me deixando-me fora deste mundo e numa dimensão que por muito que queira descrever, não consigo..nunca consigo!
- Minha putinha, pede-me que te foda!!
-Fode-me!!!! Fode-me toda!!
Viemo-nos ao mesmo tempo..numa paixão e cansaço que não acontece sempre!

Meu amor, tu fodes como ninguém...e eu amo-te infinitamente!

terça-feira, 15 de setembro de 2009

Soneto a quatro-mãos



Tudo de amor que existe em mim foi dado
Tudo que fala em mim de amor foi dito
Do nada em mim o amor fez o infinito
Que por muito tornou-me escravizado.

Tão pródigo de amor fiquei coitado
Tão fácil para amar fiquei proscrito
Cada voto que fiz ergueu-se em grito
Contra o meu próprio dar demasiado.

Tenho dado de amor mais que coubesse
Nesse meu pobre coração humano
Desse eterno amor meu antes não desse.

Pois se por tanto dar me fiz engano
Melhor fora que desse e recebesse
Para viver da vida o amor sem dano.

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Uma história...

Era noite e a praia estava deserta, tão deserta quanto a vista alcançava, porque na verdade, talvez houvesse vidas iguais às deles noutras curvas das dunas. O luar aproximava-se, não tardaria nada o escuro por cima das águas seria substituído pela luz de prata, que é a luz que a lua nos sabe dar. Lá ao longe, pirilampavam luzinhas de barcos de pescadores e, mais perto, a luz verde piscadora de um farol, ensinava o caminho aos barcos que iam e vinham. Não muitos, nem muito grandes...

Sentados na areia, o homem de olhos claros pegou na mão da mulher que a deixou ficar presa nas dele, sorriu e encostou a cabeça no ombro duro do amante. Disse, baixinho, "É tão bom estar aqui, quem me dera que o tempo parasse..." , "Mas sabes que não pára, basta ver como a maré ainda há pouco enchia o areal de espuma e agora vai deixando as marcas mais longe...", disse ele, a voz serena e meiga, passou o braço por cima dos ombros dela e puxou-a para si! Ela levantou a cabeça e recebeu o beijo adivinhado e querido, fechou os olhos e recebeu, na boca, os lábios dele.

Minutos depois, levantaram-se, sacudiram, da roupa, os grãos de areia, não todos, porque alguns haviam de aparecer, mais tarde, nos lençóis revoltos, quando os corpos descansavam de marés cheias de desejo, de dádiva e de ansiedade.

Há quem se ame e só o mar saiba.